SISTEMA DE REÚSO DE ÁGUA
No projeto de reúso de água o sistema é percorrido em seu tratamento através da ação da gravidade para que o efluente vença todas as etapas do sistema e finalmente se acumule como água de reúso em uma célula exclusiva da cisterna da própria edificação. Um sistema de recalque específico (sem acrescentar mais custos aos condomínios) encarrega-se de transportar a água de reúso para o reservatório superior exclusivo para esse fim, para uma reserva com um ganho de altura manométrica que possibilitará o uso da água em uma rede proprietária atendendo a pontos de consumo ditos não potáveis na edificação.
Em resumo, o principal objetivo a se atingir é o consumo racional da água de modo que se tenha uma economia significativa nos custos de manutenção do condomínio que será formado para o desfrute do empreendimento pelos seus futuros proprietários e a preservação dos recursos hídricos cada vez mais escassos.
Ainda no momento da concepção do empreendimento, seja ele comercial ou residencial a primeira providência é garantir o volume necessário de matéria prima (efluente) para a produção da água de reúso. Ocorre que o esgoto primário, assim como a gordura, não devem se misturar com as águas cinza (efluentes com sabão). Essa condição é fundamental para o processo. E essa providência será tomada no momento da concepção do projeto de infra-estrutura (instalações prediais), do empreendimento.
Sendo assim, afirmamos que os principais contribuintes do nosso sistema são: Box (chuveiros), lavatórios, tanques e máquinas de lavar roupas. São os efluentes destes elementos hidrosanitários a nossa matéria-prima. Reunir através de subcoletores estes efluentes é a primeira condição para realizarmos o reúso de águas cinza.
Posteriormente este efluente deve ser encaminhado e reservado em uma caixa específica com a função de acumulá-lo e desinfectá-lo. É ainda nesta caixa de acumulação que se inicia o tratamento químico de todo o processo. Ela também garante a altura manométrica necessária para que o sistema seja totalmente percorrido pelo efluente somente com a ação da gravidade e assim garantido a inexistência de equipamentos eletromecânicos.
A partir da caixa de acumulação e desinfecção o efluente é encaminhado aos FILTROS VERTICAIS DE REÚSO.
Os FILTROS VERTICAIS DE REÚSO têm a finalidade de substituir o sistema convencional de floculação dos sólidos em suspensão, que é eletro-mecânico (agitadores/floculadores, com uso de energia elétrica e maquinário), por um sistema limpo e inovador que funciona pela ação da gravidade. Os diversos materiais utilizados como meio filtrante promovem a floculação dos particulados levando-os à sua decantação. Periodicamente os filtros são limpos através de drenos (expurgo).
Os FILTROS VERTICAIS além de não usarem energia elétrica nem materiais caros, filtros esses que são a nossa patente, não necessitam de retro lavagem, pois utilizam polímeros no seu processo e o material filtrante não comata (quando os resíduos não deixam o líquido passar), nem sofrem desgastes comuns como nos outros filtros que já conhecemos.
Neste processo dos FILTROS VERTICAIS DE REUSO a maior parte dos sólidos em suspensão é eliminada por drenagem e/ou expurgo (dentro das normas que regem a matéria, tanto nacional quanto internacional).
O custo operacional dos filtros verticais é pequeno, irrelevante se comparado a outros custos com despesas diversas, não requerendo pessoal em tempo integral para a sua operação e também não necessita de material de reposição;
“Uma grande virtude inerente aos filtros verticais que compõem o sistema de reúso é sua propriedade de se adequar à edificação sem agredir a plástica do seu conjunto arquitetônico.”
Ao fim deste processo o que obtemos é água de reúso. No entanto, enquanto não dispomos de legislação específica para a disciplina e como essa água pode apresentar ainda certa turbidez, se faz necessário a aplicação dos FILTROS HORIZONTAIS LENTOS.
OS FILTROS HORIZONTAIS LENTOS
A principal função dos FILTROS HORIZONTAIS LENTOS é promover o polimento à água de reúso e garantir aspectos e padrões inerentes à água potável. Estes filtros são constituídos por caixas e chicanas por onde a água de reúso percorre seu trajeto lentamente. Estas caixas são preenchidas por cascalhos, areias em diversas granulometrias, seixos rolados e carvão antracito. Nesta etapa são retidas as impurezas que por ventura não foram totalmente sedimentadas no processo de floculação e decantação nos FILTROS VERTICAIS. A partir daqui a água de reúso já se encontra completamente clarificada. Porém, é preciso garantir a completa eliminação de todos e quaisquer microorganismos presentes na água através da cloração e da lâmpada de ultravioleta.
Após a filtragem pelos FILTROS HORIZONTAIS LENTOS, a água é tratada dentro de um reservatório com produtos químicos afins, principalmente “cloro de origem orgânica” (produto que não forma subprodutos cancerígenos), que garantirá a desinfecção e conservação, deixando a água segura para sua armazenagem e seu reuso nos pontos de consumo.
A partir daí a água de reúso já pronta é encaminhada ainda por gravidade para o reservatório inferior, cisterna de reúso, e posteriormente é bombeada para reservatórios elevados e destes ela se utiliza de redes proprietárias para chegar aos pontos de consumo. Pontos estes presentes nos apartamentos, ou seja, nos vasos sanitários, e pontos devidamente identificados nas áreas comuns do empreendimento onde possam ser utilizadas as águas de caráter não potável.
De toda água disponível no planeta, apenas 3% dela é doce. Com uma quantidade tão pequena de água disponível, é impossível falar de tratamento de água sem tocar na questão ambiental e em iniciativas ecológicas como o processo de reciclagem da água adotado pela SRA como um fator preponderante em iniciativas de conservação, preservação e uso racional da água. Mas, a reutilização da água não acontece apenas nas residências. Muitas empresas estão coincientes do seu papel para usar com sabedoria um bem tão precioso. De maneira geral todos ganham com a prática do reúso de água nas residências ou nas indústrias.