Sem a rede separativa, os principais benefícios do cinturão de coleta em tempo seco serão vistos no espelho d’água da Baía. Para Volschan, quem tem problema de convivência com o esgoto a céu aberto perto de sua residência não sentirá alteração no dia a dia. “É uma tentativa de melhoria da qualidade da água. Temos discutido muito isso: enquanto olharmos para a Baía de Guanabara, não resolveremos o problema. Se olharmos o espelho d’água nunca ganharemos essa briga. Tem que ficar de costas: esquecer a Baía e olhar para o continente. Tem que oferecer estrutura de saneamento. Como vai resolver o problema da Baía sem olhar a infraestrutura? Nunca”, alerta. Mas não resolve nada?, questionamos. “Resolve porque você está andando, vai construir o transporte do esgoto, as estações de tratamento, você está andando para frente”, pondera.
Para Carneiro, o tratamento em tempo seco não isola o esgoto da população, mas pode reduzir a presença do rejeito nas valas negras. “Melhora a situação do saneamento porque você cria um sistema de recebimento das unidades domiciliares e de afastamento com uma eficiência melhor do que hoje. Mas não é a situação adequada. Vai ter momentos em que haverá interceptação do esgoto e outros não. Com isso, se houver inundação, as pessoas continuarão tendo contato com os efluentes provenientes do lançamento dessas cargas”, esclarece.